17.1.05

Quem tem medo de Wong Kar Wai?

Wong Kar Wai é representante do melhor cinema feito atualmente no mundo, o seu próprio. Que, por sua vez, é representante da cinematografia mais bonita, substancial, dramaticamente empolgante e visualmente arrebatadora que há, hoje em dia: a oriental. Naturalmente, isso são somente opiniões disfarçadas de juízos de valor.

Nos Estados Unidos, há um Paul Thomas Anderson, vigorosamente surpreendente. E há, também, grandes pequenos cineastas independentes na terra do cinema, errando e acertando mais ou menos em filmes mais ou menos ótimos.

Um deles é Alexander Payne, que surgiu para o mundo com o afiadíssimo “Eleição” (1999), fez o belo e pouco compreendido “As Confissões de Schimidt” (2001), adaptado do bom livro “Sobre Schimidt”, e agora, ao que tudo indica, acerta em cheio com “Sideways”, ainda por duas semanas inédito em cinemas nacionais e que, em questão de horas, encara prova de fogo no Globo de Ouro 2005.

(Uma radiografia mais profunda acerca da cinematografia independente norte-americana fica pra uma outra hora, porque o assunto não é esse).

E, naturalmente, que há, na Ásia, entre outros, cineastas do porte de um Tsai Ming Liang, capaz de materializar o silêncio, e Hirokazu Kore Eda, capaz de registrar fotograficamente o tempo. Pouco?

Mas o foco é Wong Kar Wai, porque nunca vamos cansar de abordá-lo e porque a Cinemateca exibe, em Mostra, três de seus mais recentes trabalhos, “Anjos Caídos”, “Amores Expressos” e “Amor à Flor da Pele”.

Faltam palavras: é um conjunto de obra que, com o adendo do deslumbrante “Felizes Juntos”, oferece beleza audiovisual para uma vida inteira e diz tudo, tudo, tudo o que se há pra dizer sobre o amor – entre outros assuntos.

Vai encarar?

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