9.4.08

maré

o crítico Cássio Starling Carlos, na Folha, sobre Maré, Nossa História de Amor:


Com um passado de jornalista e de militância política de esquerda, Lúcia Murat alimenta seu trajeto de cineasta com reflexões importantes sobre a tragédia social brasileira. Em "Maré, Nossa História de Amor", reencena a paixão de Romeu e Julieta sob o cenário de guerra do tráfico numa favela carioca.

A idéia não é original. Mas nem é isso o que invalida o esforço da diretora de adensar com reflexão social uma narrativa de digestão simples.

A experiência muito bem-sucedida de Murat em "Quase Dois Irmãos" de reinterpretar o passado recente do país pelo viés da ficção não repete aqui nem a força simbólica da história, nem a expressividade de sua construção.

A direção até assume riscos, como filmar coreografias e números musicais. Mas o problema maior reside nas transições forçadas do simbolismo para o realismo, nas quais a cineasta é tragada pela necessidade de reiterar lições, de ser pedagógica no sentido burro do termo.

Para quem fez "Quase Dois Irmãos", "Maré" é um infeliz retrocesso.


Avaliação: ruim


discordar, quem há de?

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