Se você sobreviveu à fila dos ingressos - ou teve um amigo generoso que fez isso por você - é chegada a hora de se mesmerizar com
Os Náufragos da Louca Esperança, segunda visita do mítico
Theatre Du Soleil a essas terras. Promete estar entre os pontos altos do ano - ou quiça de toda uma carreira como espectador.
Sesc Belenzinho.Se você não vai ao Rio de Janeiro naufragar no
Festival do Rio ou checar o último final de semana de Maria Luisa Mendonça fazendo Brecht sob direção de Aderbal Freire-Filho, em
Na Selva das Cidades, então vá só ao cinema para não perder o belíssimo
Além da Estrada - que infelizmente pode sair de cartaz a qualquer momento.
Depois de quase dois anos pronta, a adaptação cinematográfica do romance
Capitães de Areia, de Jorge Amado, finalmente chega às telas. Mas o que você definitivamente não pode perder nesse final de semana é mesmo o filme
Trabalhar Cansa.
É possível que nenhuma outra montagem brasileira te proporcione uma experiência intelectual e estética, nesse semestre, tal qual aquela a que
Oxigênio convida o público. Desarme-se e frua, porque isso é teatro contemporâneo pulsante e recompensador.
Sesc Consolação.
Segunda-feira, nada mais propício do que recompor-se do fim de semana com o tresloucamento de Isabelle Huppert em
Copacabana.
Nos cinemas.Dia de conferir o que David Mamet pode fazer por nós, em uma elogiada montagem de sua peça
O Bosque, de 1979.
No CCBB.Dia das Crianças, matinê de
O Menino e os Sortilégios, 'fantasia lírica' de Ravel, no Municipal. Se mantiver-se no padrão de qualidade das óperas que temos visto na casa, é programa certeiro.
Quem ouvia a canção
Made Up Love Song #43 lá pelos idos de 2006 certamente vai estar firme, forte e levemente emocionado na chopperia do Sesc Pompeia para testemunhar a tardia visita da banda
Guillemots à cidade.
Faça a segunda das três necessárias visitas que outubro requer aos confins do Teatro Alfa para ver a companhia
Akram Khan dançar
Vertical Road.
Em uma premissa que pode dar água na boca tanto quanto causar imediata fuga, arrisque-se a voltar ao CCBB para assistir a
A Ilusão Cômica, reimaginação da peça em versos escrita por Pierre Corneille em 1635.
Entre uma enxurrada de estreias, todos os olhos estarão inevitavelmente voltados para o novo Almodóvar,
A Pele que Habito. Mas dê uma chance a
L'Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância - afinal, Bertrand Bonello já mostrou em ocasiões anteriores que merece nossa atenção e respeito.
Se você não conhece o restaurante
Sotero, não há motivos para adiar mais.
Angústia, um espetáculo-concerto-filme-peça do pianista Vitor Araújo, parece ser algo tão fora dos padrões que merece uma chance (e todos os seus sentidos).
Na Sala Crisantempo.A dois dias do início da
Mostra, tire a tarde para penetrar (literalmente) o mundo sensorial e hipnotizante de
Olafur Eliasson, com obras espalhadas por três endereços da cidade.
Nos Sescs Belenzinho e Pinheiros e na Pinacoteca.
Como você vai passar os próximos 14 dias em salas de cinema, veja
Serpente Verde, Sabor Maçã, antes que não dê tempo.
No Espaço Parlapatões.De hoje até o dia 04 de novembro, sua vida vão ser só filmes, porque é a hora da
Mostra Internacional de Cinema de SP. Por mais que brilhe no guia de programação aquilo que importou nos grandes festivais europeus em 2011, atente para o fato de que as verdadeiras preciosidades talvez sejam a retrospectiva de Elia Kazan e as cópias restauradas de
Taxi Driver,
Laranja Mecânica e
O Leopardo (com eles, é quase como se não fosse necessário ver nenhum outro filme por muitos meses).
Não existe qualquer chance de você não estar na
Mostra, mas caso isso aconteça, vale saber que terá estreado o premiado documentário
Rock Brasília.
Mostra. Será que o número de filmes que você viu já terá chegado aos dois dígitos?
Mostra. Quantos cafés você já terá tomado entre uma sessão e outra?
Mostra. Quantos amigos você já terá cruzado pelos corredores?
Mostra. Com quantos já terá compartilhado sessões?
Mostra. A quantos filmes realmente bons você já terá assistido?
Se você já desistiu de bater cabeça em filmes-cabeça, estreiam
Inquietos, de Gus Van Sant,
O Palhaço, de Selton Mello, e
Contágio, de Steven Soderbergh. Péssimo
timing para os três, mas quem sabe não há aí um bom motivo para escapar de um filme exótico em projeção digital descuidada?
Hoje, no entanto, a fuga é inevitável. A companhia
Sasha Waltz & Guests dança
Travelogue I -Twenty to Eight, coreografia que a destacou para o mundo, em 1993. Terceira das três idas ao Teatro Alfa.
O mês vai chegando ao final, mas a
Mostra não. Será que já surgiu um filme muito bom que nunca estreará, como foi
Ano Bissexto em 2010? Ou um programa capaz de justificar a existência do cinema, como
Mistérios de Lisboa? Torçamos para que sim.
Talvez não seja uma questão dos filmes, mas você só não aguente mais ficar sentado. Então estique as pernas pela Bienal e entre na polêmica da arte contemporânea na exposição
Em Nome dos Artistas. Uma vaca partida ao meio e conservada em formol só pode ser um ótimo desfecho para um mês desses.
Nenhum comentário:
Postar um comentário