23.6.06

rocha

(NOTA: vale lembrar, antes de qualquer coisa, que "oficialmente" o diário aberto de r transferiu-se para o Jornal do Brasil, AQUI. Leia postagem abaixo para maiores explicações.)


De Paulo Mendes da Rocha, hoje, na Ilustrada:
(negritos meus)


CIDADE "A idéia de cidade é amenizar a aflição. Eu saio do trabalho, encontro um amigo e posso tomar uma cerveja num bar."

LIBERDADE "Temos que ser livres de fato. E sentar na rua. Já amanheci deitado com um amigo na sarjeta na praça da República e não aconteceu nada. Em qualquer desses bairros privados, teríamos sido metralhados. Em certos bairros, se eu for pra lá, já vão me perguntar o que eu estou fazendo. Se disser que não sei, que fui passear, vou em cana. Isso é um absurdo. A cidade é democrática. A cidade é livre. O que acontece com essa classe temerosa que se autoalimenta do pavor? Dizem: "Não há segurança". Como pode haver segurança para quem tem filhos? Como? Botar um guizo em cada filho? É impossível. É uma idéia tola, a da segurança, e um instrumento da exclusão."

BURGUESIA "Quando o coro canta na escadaria do teatro Municipal, toda aquela área fica em silêncio. A cidade que a burguesia despreza é muito mais educada do que ela imagina. (...) A parte mais educada da população habita todo dia a cidade. Senão 10 milhões de pessoas não conseguiriam todos os dias fazer o que fazem. Vêm, com dificuldade, voltam, consomem e alimentam o mercado. E dão lucro para os que desprezam a cidade."

SHOPPING CENTER "O problema do shopping center não é do arquiteto que o fez e sim a idéia de confinamento que destrói a cidade. Uma cidade não pode ser feita de quimeras. Ela é feita de botequim, de padaria. Poucas vezes eu entro em um shopping porque me sinto mal. E o que acho pior é a praça de alimentação. Eu já trabalhei no sertão e vi como se dá alimento para os animais. Praça de alimentação parece um lugar para distribuir ração."


E AÍ, DÁ PRA DISCORDAR?

QUEM ACHA QUE SIM, LEVANTE A MÃO.

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