31.5.08

cristian, para você.

tell me, princess, when did you last let your heart decide...







porque hoje a gente cantou TODOS os temas que importaram nos anos 90. como esses outros aí abaixo:





27.5.08

como se fosse a primavera

de que calada maneira você chega assim sorrindo, como se fosse a primavera e eu morrendo...

pequenas coisas que você aprende num feriado

* das 56 cidades no mundo que o Facebook diz que eu já visitei, a sensação momentânea é de que nenhuma supera o céu estrelado de Campos do Jordão.

* a gente adora aquela casa na proporção inversa da frequência com que a visita. e temos saudades de todas as coisas que já fizemos por lá.

* um dia, sem aviso prévio, a criança mais especial da família, e que nunca foi especialmente com a sua cara, pode se apaixonar irremediavelmente por você.

* é absolutamente impossível continuar vivendo sem um Wii.

21.5.08

!!!!!

daí você vê esse vídeo, singelo como ele é, e entende o quanto filmar Ensaio Sobre a Cegueira é mexer com a história da arte.

e se emociona - tipo pra caralho - por entender que existem pessoas por trás dos filmes. e vidas por trás das obras e tantas outras camadas de tantas outras coisas quase inomináveis...



20.5.08

o calendário lunar...

... avisa que hoje é lua cheia, de novo.


se a gente tivesse encontrado, colocaria aqui um vídeo de Marisa Monte cantando Gotas de Luar.



eu devia te deixar, mas vou continuar, pra castigar meu pobre coração

pode existir alguma coisa mais bonita?




Roberta Sá e Hamilton de Holanda - Novo Amor

19.5.08

hoje

que belo estranho dia para se ter alegria

odeio

só eu velho sou feio e ninguém



o que o seu itunes pode dizer sobre você

ou música é perfume


25 mais tocadas:


1. Green Grass - Cibelle - The Shine Of Dried Electric Leaves - 53 vezes

2. Mushaboom - Feist - Let It Die - 26 vezes

3. As-Tu Déjà Aimé? - (Grégoire Leprince-Ringuet & Louis Garrel)Alex Beaupain - Les Chansons D'amour (Bo) - 23 vezes

4. Je N'aime Que Toi (Ludivine Sagnier, Louis Garrel & Clotilde Hesme) Alex Beaupain Les Chansons D'amour (Bo) - 18 vezes

5. A bailarina e o astronauta - Tiê - E.P. - 16 vezes

6. The Greatest - Cat Power - The Greatest - 15 vezes

7. Videotape - Radiohead - In Rainbows - 15 vezes

8. Soda Shop - Jay Brannan - "Shortbus" OST - 13 vezes

9. Rue De Mes Souvenirs - Orquestra Imperial - Carnaval Só Ano Que Vem - 13 vezes

10. I Know It's Over - The Smiths - The Queen Is Dead - 13 vezes

11. I Want to Hold Your Hand - The Beatles - 12 vezes

12. Minha Neguinha - Cibelle - The Shine Of Dried Electric Leaves - 11 vezes

13. Let It Die - Feist - Let It Die - 10 vezes

14. My Best Friend - Hello Saferide - Introducing... - 10 vezes

15 - Sonatina Rejeitada - Marco Dutra - Relicario Original Soundtrack - 10 vezes

16. Nantes - Beirut - The Flying Club Cup - 9 vezes

17. Butterscotch - CocoRosie - La Maison de Mon Reve - 9 vezes

18. Nada pra Mim - Pato Fu - MTV Ao Vivo No Museu de Arte da Pampulha - 9 vezes

19. Porto Alegre - Adriana Calcanhotto - Maré - 8 vezes

20. Um Dia Desses - Adriana Calcanhotto - Maré - 8 vezes

21. La Distance (Grégoire Leprince-Ringuet & Louis Garrel) Alex Beaupain - Les Chansons D'amour (Bo) - 8 vezes

22. Diz - Alzira E - Alzira E - 8 vezes

23. Com Todos Menos Comigo - Dominó - 8 vezes

24. Casa Pré-Fabricada - Los Hermanos - Bloco do Eu Sozinho - 8 vezes

25. Pelo tempo que durar - Marisa Monte - Infinito Particular - 8 vezes

17.5.08

um beijo doce

(carta a mim mesmo)



Você,

lembra de Amores Expressos, filme que lançou Wong Kar Wai para o mundo ocidental? era em 1994 e é em 2008 um filme agitado, assimétrico, pulsante. começa com tiros e perseguições, apresenta um personagem que coleciona pêssegos em calda, passa para toda uma nova história misturando um policial, uma comissária de bordo e uma garçonete viciada em Califórnia Dreamin’, a canção.

Wong exultava com a urbanidade, o movimento, a música, sincronicidades e desencontros. seus extra-ordinários dramáticos vinham das pequenas dramaturgias de seres solitários e apaixonados por suas próprias tramas, apaixonados pelo ato de amar.

e, assim, mesmo que do outro lado do mundo e inseridos em uma cultura outra, aqueles personagens nos eram imediatamente queridos e reconhecíveis, porque nos seduziam com a sedução que sofriam pelo jogo romântico, como o chocólatra que vai trabalhar na fábrica de chocolates e passa a achá-la ainda mais atraente por isso. ou nos seduziam justamente por seu exotismo próximo, por serem pedaços de nós do outro lado do mundo.

lembra do amor com prazo de validade, a espera por uma ligação que nunca vem ou que vem na hora errada, uma noite passada com um absoluto desconhecido por quem nos afeiçoamos, a reação físico-química instantânea e fulgurante que é, se for, aquilo que chamam amor, um apartamento que chora de saudade ou de incompletude, uma passagem em branco - eu que posso te levar aonde você quiser ir - e a música?

espelho que é dos espíritos que retrata, Wong embala seu conteúdo em uma sedução estética que é irresistível - especialmente se o público é de alma chocólatra.

aquela coisa toda que a gente já sabe: desacelerações, acelerações, cores, muitas cores, pouca luz, luz recortada, câmeras deslizantes, profundidades de foco. a confeitaria completa.

em suma, Amores Expressos trazia uma história de amor recém terminado, de rejeição mesmo, cuja cicatrização residia na espera e num momento fortuito em que uma desconhecida surge. depois contava uma história oposta, de começo, de convivência e fantasia e expectativa e projeção e ansiedade para uma relação que vai começar de verdade quando o filme acaba.


daí teve Felizes Juntos, e, ah!, você sabe o quanto Felizes Juntos é um dos filmes de minha vida. não foi a princípio em 1997, na sala 2 do Espaço Unibanco, sozinho em uma sexta-feira. mas esse foi o primeiro filme que vi de Wong Kar Wai.

você sabe o que acontece em Felizes Juntos, não sabe? os dois amantes amam-se na primeira cena e destróem-se mutuamente (“pise machucando com jeitinho esse coração que ainda é teu”) durante o resto do filme. porque amar é um ato brutal e a gente nunca sabe mesmo precisar muito bem quantos e quais sentimentos cabem no amplo espectro do “amor” - a repulsa e a disputa por poder e o ódio e o carinho e o arrependimento e a projeção e a (auto) mutilação e tantas outras coisas boas e ruins.

um casal de Hong Kong, perdido em Buenos Aires, o outro lado do planeta, e permanentemente em busca das Cataratas do Iguaçu (que choram ao som de Caetano Veloso). e o fim do mundo ali perto e o tango, as ruas da capital argentina, o exílio, a jornada, o lar, perder-se e achar-se dentro de si mesmo e no ser amado, sangue e lágrimas, mãos enfaixadas, um táxi de madrugada, rio que perde o chão.

(se você soubesse toda a epopéia de Wong pra fazer esse filme... tantas semanas de filmagem, tanta cena feita e descartada, tanto tempo sem saber exatamente o que fazer, com toda uma equipe estrangeira na América do Sul...)

Buenos Aires é o outro lado do mapa em relação a Hong Kong? se abrir um buraco em um lugar, será que saímos no outro? ou um trem nos leva? ou um tapete voador?

Felizes Juntos são as ruínas, simplesmente, mas ainda descobrindo-se ruínas. um fim de relação elástico, que atrai e repele e nunca sabe se é um novo começo ou um repetido fim. com muito pouco de “durante”, de qualquer maneira.


Amor À Flor da Pele desvia o foco pro outro lado e vai pro “antes”. um antes que é nunca, porque existia o casamento (com outras pessoas) que impedia a plenitude dos amantes. mas o que é mesmo isso que faz com que, um dia, no corredor, talvez nos apaixonemos irremediavelmente por uma outra pessoa que não é aquela com quem já estamos? e porque ficamos com alguém, assim de forma tão permanente? e por que não ficaríamos, afinal? mas como se desata laços às vezes tão bem amarrados, sem deixar ou temer que eles levem consigo partes significativas de nós?

quando nos forjamos em conjunto, existimos de verdade sozinhos?

existimos de verdade em conjunto, se somos seres tão sozinhos?

um muro que guarda todos os segredos do mundo, sussurros e chuva, Hong Kong nos anos 60, noodles, relógios, fumaça de cigarros, corredores e quartos de hotel com o nº 2046 e todo um universo movendo-se em câmera lenta.


2046 virou filme quase-continuação, pulando de um antes frustrado para um depois vazio. um homem com várias mulheres diferentes, mais sublimação, o amor perdido que nunca foi realizado, um trem que leva para o futuro e onde faz frio, ópera. perdíamos em coesão e ganhávamos em ambição, ainda derretíamos na cadeira do cinema de satisfação estética e emocional, nós que adoramos ser ludibriados por muito açúcar.


eis que temos Um Beijo Roubado, então?

a gente sabe que Norah Jones não é realmente uma boa atriz, mas que ela nos ganha por sua simplicidade, e salva-se por mover-se do centro para as margens dos acontecimentos dramáticos na maior parte do filme.

a gente sente uma inevitável estranheza ao perder o exótico e ver inserida em uma realidade cinematográfica que a gente conhece muito bem (qual seja os EUA) artifícios que pareciam tão mais verdadeiros em sua artificialidade quando aconteciam em uma terra distante. (porque a América pra nós não é exílio e é de uma proximidade que torna arriscada e quase patética qualquer tentativa de fazerem dela o que sabemos que ela não é.)

mas, veja, temos um Wong que retoma Amores Expressos em sua cadência episódica e que de novo olha para destroços. porque quando Rachel Weisz e David Strathairn se embatem, um violento choque de amor interrompido acomete o ar. porque percebemos de novo a inexorável agressão que esse sentimento pode ser. quando existe, quando finda, quando uma das partes de fato se extingue.

temos em Natalie Portman o espírito livre e meio fora-da-lei que também temos na mulher de peruca loira. e temos em Jude Law o rapaz que espera sem saber direito se está esperando, mas pleno de uma confiança torta. para ele, temos Cat Power em aparição mágica, cadenciando em sua voz rouca e sua expressão enigmática a resignação honesta de um passado superado.

porque ter as chaves não é suficiente para abrir as portas, assim como é possível também abri-las somente com as mãos.

e Norah Jones, de quem passamos a gostar, devora tortas de blueberry e cruza os Estados Unidos inteiro para conseguir limpar o entulho dos desmoronamentos do local de onde partiu. ouve Cassandra Wilson cantando Harvest Moon, música de cortar os pulsos.

e ouvimos Cat Power cantando que uma vez quisera ser a melhor, enquanto a própria Norah nos canta que não sabe como começar, porque essa história já foi contada antes, só para concluir que vai entrar na dança e cantar junto, porque é assim mesmo que acontece.

a lembrança não vivida gravada em videotape ao som de Yumeji’s Theme, que Wong rouba de si mesmo e desloca-o da sensualidade de seu Amor À Flor da Pele para uma lanchonete em Nova York.

cartões postais.

e, de novo e sempre, focos limitados, cores, imagens aceleradas e desaceleradas, trens, vozes over e todo um arsenal muito familiar, para seu melhor ou menos bom resultado.

sim, Wong já foi mais pontiagudo, mais brilhante, mais inédito. mas a verdade é que não resistimos a esse seu filme “leve”, a essa jornada de auto-conhecimento que parece não expor muita auto-importância, mas que se torna determinante aos poucos.

quando o sorvete invade a torta, nós de espírito romântico estamos ganhos. e tentados e seduzidos e saciados ao mesmo tempo que salivamos.

e nos damos conta, enfim, de que existiu um filme inteiro só para que dois personagens pudessem dar um beijo com gosto bom.

e isso é simplesmente bom. entendeu?

um beijo doce,


R





PS:
deu no New York Times, aliás:

Mas reclamar da evidente artificialidade dessa variação que Wong faz do Grande Road Movie Americano é arriscar perder o ponto central. Não somente porque na América pós-Hollywood, como todo filósofo francês que se preze sabe, o simulacro eclipsou a coisa em si. Mas também porque o Sr. Wong, cujos filmes anteriores ocasionalmente desgarraram-se para lugares tão distantes de sua amada Hong Kong como a América do Sul, nunca esteve especialmente preocupado com a verossimilhança. É até de se suspeitar que ele contrate um diretor de arte para o slide-show de suas férias de verão. Eu estou mais inclinado a crer que em seu trabalho recente o sr. Wong tenha um persistente apetite pela luxúria, em prol de um glamour desavergonhado e livre que pode ser difícil de encontrar nos filmes hoje em dia e que os cinéfilos às vezes sentem-se culpados em desejar. Reivindicar como grande arte a sua sensibilidade de revista de moda é uma maneira de atribuir valor nutritivo a bombons. E por que não? Nós todos precisamos comer e por que não comer doces?”

13.5.08

da arte de perseguir celebridades




Rufus Wainwright entrou no palco acenando de uma maneira que parecia meio envergonhada. Mas envergonhado, ele? Um egocentric maniac assumido? Um(a)... diva?

Era uma solo performance. E ele é mesmo egocêntrico, fato que vem repleto de auto-consciência e disfarçado em sarcasmo carismático. Nem todos aprovariam o figurino, mas se ele fosse um tradicionalista, ele não seria Rufus Wainwright.

A pose é só chegada para um “moço glamuroso da voz impossível”, como disse alguém. Aquela voz parece mesmo vir de um lugar onde as vozes têm personalidades e poderes únicos - o mesmo que se pode dizer da música, de melodias às vezes transcendentais e letras muito belas ou de forma muito livre, para ficar num eufemismo possível. Nos discos, orquestrações rebuscadas operizam-nas (às vezes literalmente, em citações) e as transformam em grandiloqüência. E tem também as que são pequenas, delicadas.

Aqui, ele estava sozinho, como se sabe. No violão mal tocado e com uma simplicidade de acordes que daria inveja ao Kid Abelha, a voz traçava a melodia e ressoava em intenção. Not Ready For Love foi de hipnotizar, Sanssouci foi encantadora e com direito a piada lingüística e Rebel Prince foi um truque tirado da cartola (e do disco Poses, de 2001).

Alguém na platéia grita "One Man Guy!” e a resposta não deixa dúvida:

- You are not gonna hear that one tonight.

Mas você pôde ouvir, ao piano, The Art Teacher e Nobody’s Off The Hook. E a inédita Who Are You NY. E Little Sister e Going To a Town.

Com a irmã, a polivalente Martha Wainwright, Rufus fez In My Arms e Hallelujah, de Leonard Cohen, que resultou fascinante.

Somente cantor, com a mãe ao piano, If Love Were All veio diretamente do repertório de Judy Garland.

A família toda se uniu em Manhã de Carnaval - que, consta, a mãe fez questão de cantar.

Pra terminar, Cigarettes & Chocolate Milk e a última frase nunca foi tão bonita ou tão intensa. So please be kiiind, if I’m a............mess.

(a gente quase ama ele um pouco mais por ter escrito "eu fico um pouco torre de Pisa toda vez que te vejo, então por favor seja gentil se eu sou uma bagunça".)

No bis, Poses.

E em algum momento, Over The Rainbow, a gente sabe bem de onde, com a mãe, de novo.

*

Mas daí você pensa que acabou? Que nada!

Depois de levar pra casa a playlist do show, largada no palco, e comer bons hamburgers, cinco polivalentes de nós recebemos a informação privilegiada de que o cantor está no manjadíssimo restaurante Spot.

Bom de ter amigo produtor é que você chega às 2h da manhã no restaurante que já fechou e ele convence o garçom a deixar você entrar e “tomar um drink”. Colado na mesa de Rufus Wainwright, é claro. E o amigo persegue o cantor no banheiro e volta contando que ele estava cantando - no banheiro.

Daí a mesa dele se levanta toda e seu amigo evidentemente dá o bote e conversa. Daí Rufus se encanta por sua amiga japonesa e seu amigo ator, a quem o cantor reconhece como “aquele que estava na primeira fila” (sim, estávamos!) pede um autógrafo na playlist. Você que não é bobo nem nada pede também. E volta pra casa feliz e ainda mais satisfeito.

Só pra descobrir no dia seguinte que seu amigo produtor e sua amiga loira passaram a noite simplesmente como os melhores amigos de Rufus Wainwright, com direito a 4 horas de conversas, piadas, uísques, convites para drogas mais pesadas, valsas, fotos, muita cantoria (de ambas as partes) e outras coisas mais, tudo em festa privê, como se diria por aí.

você fica mais do que contente por eles e entende que na arte de perseguir celebridades você ainda tem algumas lições a aprender.

9.5.08

a plenitude e o desamparo

Relicário, por Paula Manzo.




7.5.08

a bailarina e o astronauta ou eu sou o sol e ela é a lua

poderia lhe entregar meu coração
alma, vida e até minha atenção



6.5.08

música é perfume ou i get high with a little help from my friends

quinta-feira, Marina Lima.

3. eu quero tudo que há

Foi Marcus Preto quem me deu Marina Lima – entre tantas outras coisas nessa vida – e eu relutei em pegar. Achava-a de música “difícil” até mesmo “estranha”. Vi três vezes o show Primórdios, entre 2005 e 2006, e em nenhum deles Marina, a pessoa, me ganhou completamente.

Mas no palco-arena do Sesc Pompéia, Marina foi tudo aquilo que eu sempre quis que ela fosse. Solta, feliz, “dando tudo de si”, aparentemente apaixonada pela música e por estar ali.

Começou o show cantando, justamente, Difíl.

eu tenho esse vicio de gente difícil no amor

a platéia estava próxima, entregue. o show foi se mostrando uma espécie de Primórdios-de-bolso. Sai a suntuosidade técnica de um Auditório Ibirapuera, entra o calor que as musicas foram trocando com o público.

valeu. não me pergunte o quê.

Marina cantou Três, uma grande, enorme música. E cantou Valeu e Anna Bella, todas músicas novas.

eu vi no mapa do mundo que Anna Bella desenhou que a região do desejo não é exatamente a do amor

Re-encenou, também do show anterior, os números de Paris Dakar, $ Cara, a contagiante Vestidinho Vermelho e Nervos de Aço, cujo desmaio cênico nunca foi tão eficaz. tudo menor, nunca menos eficiente.

meu cada gesto cada segundo, em que te amar é um claro assunto no breu

Dançou, como já dançava, mas parecia ser melhor. Deixou o público na ponta da cadeira ao cantar Nosso Estranho Amor. Não se absteve de fazer os clássicos sentimentais Me Chama, Nada Por Mim e Acontecimentos.

me dá vontade de saber aonde está você. me telefona, me chama, me chama, me chama

E, claro, num show chamado Topo Todas Tour e que se propõe a reler grandes sucessos, não faltaram Fullgás e À Francesa.

Nada de novo, mas tudo diferente. De uma forma que não dá muito bem pra explicar.

Marina Lima é minha já, agora irrevogavelmente.

Obrigado, Preto.

me diz por onde você me prende, por onde foge e o que pretende de mim


*

sexta-feira, Érika Machado.

que a gente já gostava e foi lá ter certeza. Érika que é uma cantora de um pop inteligente e saboroso como não se vê por aí. mas não se vê mesmo. Érika que é quase a nossa verdadeira Mallu Magalhães, entenda quem quiser.

e que torna ainda mais ridículo o fato de ela ser pouco conhecida.

Érika de Belo Horizonte que terminou o feriado paulistanamente n’Aloca (a mesma Loca que Marina Lima insinuantemente canta em Vestidinho Vermelho)

as coisas querem ser coisas que na verdade não são

*

sábado, todo um trâmite de ajudar a amiga que quebrou o pé.

e depois ver e rever seqüências de Chanson D’Amour, que ficam melhores com o entusiasmo do Ricardo.

je suis vieu, veuf et sectaire
un pauvre imbécile secrétaire


mas que se desenvolveu em uma noite histórica, que terminou às 10 da manhã.

e que poderia acontecer mais vezes, né, Marco?!

m'enjamber pourquoi pás (?)

*

domingo, o funk japonês de Tigarah e o mui brasileiro de Deise Tigrona.

Primeiro no Sesc, depois n’Aloca. Alguém explica o estupor que é a presença “cênica” de Deise, que de cênica tem quase nada?!

ela sobe no palco e hipnotiza até o mais desavisado dos presentes. é ver para entender.

fiiiiiiiiiiiica me pedindo pra voltar. se quiser que eu volte, voltarei

daí você dorme (muito) tarde pelo 10º dia seguido e, com um frio daqueles, não existe sistema imunológico que agüente.

acorda doente, somatizando todas as dores e delícias do seu feriado prolongado.

e com música e mais música na cabeça.

je suis très mélancholique...

*

musica para cortar os pulsos do dia:

SENTIMENTAL - Los Hermanos
(mas podia, ou devia, ser Casa Pré-Fabricada, da qual não encontramos um vídeo bom)

de tanto eu te falar você subverteu o que era um sentimento e assim fez dele razão pra se perder no abismo que é pensar e sentir

5.5.08

música de feriado, 2

J'AI CRU ENTENDRE - Alex Beaupain, por Louis Garrel & Grégoire Leprince-Ringuet, trilha sonora do filme Canções de Amor

Je suis très mélancholique...

mas, sério, se você não viu o filme, nem pense em dar play abaixo, porque trata-se da cena final, nada menos.

música de feriado

PORTO ALEGRE - Adriana Calcanhoto
então caí nos braços de Calipso, eu sucumbi ao encanto de Calipso...
(todo dia, no computador, no carro, com o Marco na balada e porque Marisa Monte é mesmo uma sereia.)

UM DIA DESSES - Adriana Calcanhoto
um dia desses eu me caso com você. você vai ver, ai, ai, você vai ver
(porque vai que um dia desses...)

WHITE HAIR - Cibelle
I wanna have white hair, the kind that shines against the sun, the kind that melts away with the milky moon
(até porque cabelo branco é o que eu mais tenho mesmo, ultimamente)

AS COISAS - Érika Machado
as coisas querem ser coisas que na verdade não são
(no Auditório, com a Tati. Na Loca, domingo, porque elas estavam lá - a Tati E a Érika!)

WRAITH PINNED TO THE MIST AND OTHER GAMES - Of Montreal
let's pretend we don't exist, let's pretend we are in Antartica
(porque Ricardo e Tati, sexta, no carro, em coro. e porque é meio legal fingir que a gente não existe)

YUMEJI'S THEME - Shigeru Umebayashi
(porque Wong Kar Wai, se auto-citando, porque Blueberry importado de Hong Kong, porque carro e porque, meu deus!, que tema incrível!)

HARVEST MOON - Cassandra Wilson
Because Im still in love with you I want to see you dance again

COM TODOS MENOS COMIGO - Dominó
e gosta de rir diante de mim, representa o papel de sereia feliz e perde seu controle com todos menos comigo
(porque Ledier e Fernanda, na quarta, e Maia, ligando na sexta à noite, e porque, né?, é meio incrível mesmo...)

BLISTER IN THE SUN
Let me go on like I blister in the sun
(porque Glue e porque uns e outros não sabem a letra direito...)