6.5.08

música é perfume ou i get high with a little help from my friends

quinta-feira, Marina Lima.

3. eu quero tudo que há

Foi Marcus Preto quem me deu Marina Lima – entre tantas outras coisas nessa vida – e eu relutei em pegar. Achava-a de música “difícil” até mesmo “estranha”. Vi três vezes o show Primórdios, entre 2005 e 2006, e em nenhum deles Marina, a pessoa, me ganhou completamente.

Mas no palco-arena do Sesc Pompéia, Marina foi tudo aquilo que eu sempre quis que ela fosse. Solta, feliz, “dando tudo de si”, aparentemente apaixonada pela música e por estar ali.

Começou o show cantando, justamente, Difíl.

eu tenho esse vicio de gente difícil no amor

a platéia estava próxima, entregue. o show foi se mostrando uma espécie de Primórdios-de-bolso. Sai a suntuosidade técnica de um Auditório Ibirapuera, entra o calor que as musicas foram trocando com o público.

valeu. não me pergunte o quê.

Marina cantou Três, uma grande, enorme música. E cantou Valeu e Anna Bella, todas músicas novas.

eu vi no mapa do mundo que Anna Bella desenhou que a região do desejo não é exatamente a do amor

Re-encenou, também do show anterior, os números de Paris Dakar, $ Cara, a contagiante Vestidinho Vermelho e Nervos de Aço, cujo desmaio cênico nunca foi tão eficaz. tudo menor, nunca menos eficiente.

meu cada gesto cada segundo, em que te amar é um claro assunto no breu

Dançou, como já dançava, mas parecia ser melhor. Deixou o público na ponta da cadeira ao cantar Nosso Estranho Amor. Não se absteve de fazer os clássicos sentimentais Me Chama, Nada Por Mim e Acontecimentos.

me dá vontade de saber aonde está você. me telefona, me chama, me chama, me chama

E, claro, num show chamado Topo Todas Tour e que se propõe a reler grandes sucessos, não faltaram Fullgás e À Francesa.

Nada de novo, mas tudo diferente. De uma forma que não dá muito bem pra explicar.

Marina Lima é minha já, agora irrevogavelmente.

Obrigado, Preto.

me diz por onde você me prende, por onde foge e o que pretende de mim


*

sexta-feira, Érika Machado.

que a gente já gostava e foi lá ter certeza. Érika que é uma cantora de um pop inteligente e saboroso como não se vê por aí. mas não se vê mesmo. Érika que é quase a nossa verdadeira Mallu Magalhães, entenda quem quiser.

e que torna ainda mais ridículo o fato de ela ser pouco conhecida.

Érika de Belo Horizonte que terminou o feriado paulistanamente n’Aloca (a mesma Loca que Marina Lima insinuantemente canta em Vestidinho Vermelho)

as coisas querem ser coisas que na verdade não são

*

sábado, todo um trâmite de ajudar a amiga que quebrou o pé.

e depois ver e rever seqüências de Chanson D’Amour, que ficam melhores com o entusiasmo do Ricardo.

je suis vieu, veuf et sectaire
un pauvre imbécile secrétaire


mas que se desenvolveu em uma noite histórica, que terminou às 10 da manhã.

e que poderia acontecer mais vezes, né, Marco?!

m'enjamber pourquoi pás (?)

*

domingo, o funk japonês de Tigarah e o mui brasileiro de Deise Tigrona.

Primeiro no Sesc, depois n’Aloca. Alguém explica o estupor que é a presença “cênica” de Deise, que de cênica tem quase nada?!

ela sobe no palco e hipnotiza até o mais desavisado dos presentes. é ver para entender.

fiiiiiiiiiiiica me pedindo pra voltar. se quiser que eu volte, voltarei

daí você dorme (muito) tarde pelo 10º dia seguido e, com um frio daqueles, não existe sistema imunológico que agüente.

acorda doente, somatizando todas as dores e delícias do seu feriado prolongado.

e com música e mais música na cabeça.

je suis très mélancholique...

*

musica para cortar os pulsos do dia:

SENTIMENTAL - Los Hermanos
(mas podia, ou devia, ser Casa Pré-Fabricada, da qual não encontramos um vídeo bom)

de tanto eu te falar você subverteu o que era um sentimento e assim fez dele razão pra se perder no abismo que é pensar e sentir

Um comentário:

"m" disse...

eu quero que você venha comigo. TODO DIA, TODO DIA.