A Lula e a Baleia é especialmente especial para filhos de divórcios. Sendo um, acho que tendo a sentir o filme de uma forma um pouco diferente de quem não é.
De qualquer modo, esta agradável e curiosa empreitada de Noah Baumbach, vencedor de uma série de prêmios de roteiro original, dados por críticos e associações, no ano passado, vale a visita.
Trabalha na chave do inusitado que nasce de situações e reações inesperadas, pouco vistas na cartilha do realismo cinematográfico.
Baumbach foi roteirista de A Vida Marinha Com Steve Zissou e a atmosfera de estranhamento de seu filme de fato se assemelha à da obra de Wes Anderson.
Mas enquanto Anderson, especialmente em Os Excêntricos Tenembauns e no citado Vida Marinha, aborda os personagens como personagens, Baumbach, aqui, busca simular que se trata de gente de carne e osso.
Ternamente verdadeiros em suas pequenas estranhezas, sinceros em psicologia e sem psicologismos, os pais e filhos de A Lula e A Baleia são um espelho afetivamente bem humorado da dita "vida real".
Citando um amigo, é o máximo a que pode chegar o cinema "independente" norte-americano (alo, alo, M.D.!). Talvez não seja, e Eu, Você E Todos Nós, surpreendente filme de Miranda July, logo vem aí para provar a afirmação. Mas é bastante bom.
E vale dizer que toda a sinceridade emocional desse naturalismo que de tão real roça o "estranho" só é possível graças a grande competência dos 4 atores protagonistas.
27.4.06
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3 comentários:
A lula e a baleia peca no momento em que ela se entende como um filme independente americano, mas ainda bem que ele não enfia muito o pé na jaca, que nem o "Garden State" do JD do Scrubs...
Very pretty design! Keep up the good work. Thanks.
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Super color scheme, I like it! Good job. Go on.
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