14.3.08

duas ou três coisas de um fim de semana

Jogos do Poder é Mike Nichols, aquele diretor inconstante, brincando de artimanhas políticas.

Não há como se enganar: tudo fica bem diluído em entretenimento. Mas, ao mesmo tempo, a semente está ali, para incomodar a quem queira.

Julia Roberts, retornando de longa ausência das telas, é perversa, sagaz e fulgurante. Sobre Tom Hanks e Philip Seymour Hoffman a gente já sabe tudo o que tem que saber.

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Alguém aí falou em diluição?

XXY, de Lucia Puenzo, é uma diluição só. A idéia de passar 5 minutos com qualquer um daqueles personagens chatíssimos já seria uma tortura psicológica das mais insuportáveis, que dirá acompanhá-los por mais de hora e meia. Não há nada em que se ater, nenhum fio de comunicação emocional atraente consegue ser esticado em direção à platéia. As cenas são curtas e pontuais, quase didáticas. Numa atmosfera de pretensa "estranheza", de um certo distanciamento calculado, tudo acaba ficando mesmo é superficioso.

Mas a questão é que é chato mesmo. Muito chato.


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Fernanda Takai cantando o repertório de Nara Leão, no show do álbum Onde Brilhem Os Olhos Seus, por sua vez, é uma pequena maravilha.

Usar a palavra "delicadeza" para classificar Takai já virou quase um pleonasmo. A coisa é ver mesmo onde ela vai bem além disso. Existe beleza visual, um tratamento de luz e cenário precisos. Os arranjos inventivos e surpreendentes do cd são executados ao vivo por uma ótima "banda", que tem John Ulhôa e Lulu Camargo, comparsas de Pato Fu, entre seus coadjuvantes. E as músicas que vêm de bônus, entre Duran Duran e Michael Jackson, são quase uma transgressão das mais polidas e pertinentes.

Se você ainda não ouviu esse disco, ouça. O show volta em breve.




PS
E se você quiser um pouco mais de Takai, tem AQUI e AQUI, lá naquele projeto sensacional chamado Música de Bolso.

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