3.11.11

diários da Mostra, dia 8: o cinema alemão

PARADA EM PLENO CURSO
* * 1/2
Asséptico, gelado, clínico. Eis um filme que só mesmo os alemães poderiam dar ao mundo. É a ilustração detalhada de um relatório médico de um paciente terminal. Cada angústia, dor e suplício é mostrado. Acompanha-se um definhamento progressivo. Existe, sem dúvida, uma respeitável competência em se fazer um filme com tamanha crueza, assim como há um ator protagonista morrendo admiravelmente. Mas não há subjetividade - por que eu quero que esse personagem não morra? (Não sei, não quero, não tem.) Tudo é na base do retrato objetivo. E o drama que emana daí, que não é pequeno, sustenta-se somente nessa verossimilhança processual absoluta, nesse naturalismo de hospital. (O que pensam e sentem esses seres humanos?) De verdade, esse blog já não busca (e não se move com) esse tipo de relação com os filmes que vê.

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