02/11
2046 (China/ França)
É Wong Kar-Wai, o que por si já diz tudo. É mais um deslumbramento sensitivo, em história mais uma vez de amores sublimados, impossibilidades e felicidade transitória e fugidia. Idéias e imagens poéticas são enquadradas por uma câmera que adora movimentos sutis, ângulos cheio de profundidade espacial e velocidade desacelerada. Mulheres lindíssimas e um ator, Tony Leung, que sabe dizer tudo sem qualquer palavra - o que não significa que as frases em off tenham sido dispensadas. Enfim, uma teia de beleza e encantamento, que dói, maravilha, preenche o espírito. Não é o único tipo de cinema que há, mas não pode haver cinema mais perfeito do que esse.
De 1 a 5, 5.
CARREIRAS (Brasil)
Domingos Oliveira, desde "Feminices" adotou um tipo de cinema despretensioso e rápido - de se fazer e consumir. Aqui, infelizmente, algo nesse método alcançou o descuido. Esse filme-monólogo, de formato narrativo surpreendente, é levado por um ótimo texto e uma ótima atriz, Priscila Rozenbaum. O show fica garantido, mas é uma pena que se faça sentir uma falta de cuidado imperdoável com alguns aspectos da fotografia, com parte do elenco de apoio, com a edição de som. Não fosse pela despretensão que vira desleixo, seria um filme e tanto. Com ela, é inteligente e divertido, mas com ressalvas.
De 1 a 5, 3 e meio.
NUVENS CARREGADAS (França/ Taiwan)
Tsai Ming-Liang é cineasta de tempo vazios cheios de vida e de narrativas introspectivas. "Nuvens Carregadas" agrega a um estilo que já era reconhecível números musicais espalhafatosos e um humor insuspeito. Por hora, requer uma segunda olhada.
4.11.05
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