22/10 - segunda-feira
(cotações de * a * * * * *)
Um Amor Jovem (The Hottest State), de Ethan Hawke
EUA
* * * * (ou * * * e ½, hem, J.C.??)
De As Paredes do Chelsea Hotel para cá, é notável a progressão do Ethan Hawke cineasta. Adaptando um romance de sua própria autoria (que contém tintas que parecem bastante biográficas) e talvez por isso mantendo acima de tudo a pessoalidade, ele consegue fazer um filme sobre jovens que não é um “filme sobre jovens”, mas sim um sentimental, belo, divertido e sincero retrato de amores encontrados e perdidos, amadurecimento, vida familiar e aquela adolescência renitente que insiste em perdurar aos 20, aos 30, aos 40... Em tempos onde as liberdades emocionais multiplicam-se, o processo de fazer e desfazer caminhos é o objetivo da jornada em si, mais do que atingir um ponto de chegada ilusório. Essa sensação, somada à bagagem que arrastamos conosco nesse percurso, é a matéria sobre a qual se constrói um filme cheio de frescor, surpreendentemente jovem de espírito (e com participações impagáveis de Sonia Braga – sim, Sonia Braga! – e Laura Linney, além da competência dos protagonistas Mark Webber e Catalina Sandino Moreno).
Cristóvão Colombo – O Enigma, de Manoel de Oliveira
FRANÇA/ PORTUGAL
* * *
Chamar de “específico” o cinema de Manoel de Oliveira pode ser diminuir uma arte lapidada em mais de 90 anos. Mas não ocorre palavra melhor, pelo menos não agora, não para esse filme, não no turbilhão da Mostra. Retomando uma espécie de cinema histórico que estava no recente Um Filme Falado (mas não só nele), Manoel remexe a vida e o mito de Cristóvão Colombo, colocando a si mesmo em cena para tal, inclusive. E de uma forma tão especial que dá à obra uma humanidade e uma autenticidade que a resgatam do que poderia ser, maldosamente colocando, uma aula ilustrada de história, apenas.
I’m Not There, de Todd Haynes
EUA
* * * *1/2
As cinebiografias – em especial as musicais – nunca mais serão as mesmas. Pela ousadia, pela criatividade, pela inteligência dramática e cênica, pela “costura” visual que tudo adquire em uma montagem certeira, pelos atores (meu deus, meu deus, será que há limites para Cate Blanchett?!), por um filme que vibra por, sobre, com e além da musica e da vida de Bob Dylan. Uma ópera, uma epopéia, um filme que transborda de som e fúria, imagem e música, que preenche os sentidos e o intelecto exatamente como eles gostam e merecem.
24.10.07
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Um comentário:
eu sou sempre a favor do impulsivo
****!
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