18.8.08

diários da televisão - 23





dá pra acreditar que as imagens acima correspondem ao Teatro Cultura Artística ardendo em chamas e o que (não) sobrou dele, findo o incêndio??


O Teatro é arte do efêmero por excelência. baseando-se na união dos corpos, sua completude essencial dura o momento presente e extingue-se findo o espetáculo. mas os teatros como espaços físicos que vêem passar o vai e vem dessa arte são duráveis - e, queremos crer os adoradores, eternos.

os que cultivam quase religiosamente os espaços (alo, alo, Vinicius Calderoni, quantas cadeiras a menos agora?) devem ter sentido, como eu, um abismo no peito ao deparar-se com o Cultura Artística assim, des-existido. entenderam? acabou, ele não existe mais, mesmo que seja reconstruído.

pensando sem pensar, para bem ou para mal, lá eu vi Marília Pêra em Master Class e Victor ou Vitória, Marco Nanini fazendo Moliére, Juca de Oliveira fazendo a si mesmo, Marisa Orth em A Megera Domada, Fernanda Torres e Débora Bloch em Duas Mulheres e Um Cadáver, entre várias outras coisas.

mas se fosse necessário escolher um momento, seria Antonio Meneses com o Beaux Arts Trio, em dada ocasião, e tocando Elgar acompanhado de uma sinfônica do leste europeu, em outra.

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agora, luto é isso aí.

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