7.5.09

Londres - dia 5

Passear no Madame Toussaud é brincar em uma “Disneylândia fotográfica”, como disse uma amiga. E é só e exatamente por isso que a gente vai até lá.

Em seguida, os esplendores do Regent’s Park na primavera e o mundo dentro do British Museum.

Museu de abrangência enorme e dono de tesouros históricos da humanidade, o British conseguiu tirar de mim e de Flávia uma visita interessada, mas quase de cortesia. Admiramos sua bela arquitetura e mais passeamos por seus corredores do que propriamente tivemos tempo de nos deter cuidadosamente em suas peças. Mas sentir a atmosfera, no caso, já parecia suficiente.

Depois, Camden Town e seus mercados, seu canal, suas lojas interessantes, sua balbúrdia charmosa.

De volta ao West End, Flávia me convence a trocar a (im)possibilidade de ver Beirut ao vivo pela certeza de ver um musical que cresce em minha expectativa e curisoidade desde que pus os pés aqui – Spring Awakening. Ingressos comprados para sexta, portanto.

Na imensa livraria Foyle, nenhum tempo parece ser o suficiente e ele é mesmo interrompido, porque Judi Dench me aguarda.

Madame de Sade é uma reflexão acerca do mito, da humanidade e das reflexões do Marquês de Sade em forma de peça. Sua ação dramática é restrita e o tempero de sua dramaturgia é fazer recortes temporais elípticos e bem focados, no caso sobre as mulheres diretamente envolvidas com a esposa do Marquês, além dela própria. É um texto que eu já conhecia dos palcos paulistanos, em uma má montagem protagonizada por Imara Reis e Bárbara Paz.

Aqui, há Judi Dench. E uma pausa de Judi Dench vale toda a carreira de centenas e centenas de atores. Há sem dúvida a vontade de vê-la em algo mais arrebatador, mais exigente de suas tantas capacidades de intérprete. Mas é inegável o extremo prazer e a emoção de testemunhá-la em cena. De resto, falar sobre seu domínio do ofício é ser redundante e redundante.

Vale contar, no entanto, que ela está muito bem acompanhada. Rosamund Pike cresce aos poucos no papel titulo e Frances Barber já é vencedora desde a primeira palavra que profere. Outro destaque é Jenny Galloway, que, em poucas e breve entradas pontuais, prova que realmente não existem pequenos papéis.



Finda a peça, encontro Gabriela, recém chegada a Londres, para uma cerveja. A cerveja vira outra cerveja, em outro pub, até que vira visita ao Ku Bar, numa festa-balada de música pop (que terminou divertida, mas cedo).

Fim de um dia longo.

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