14.1.09

dias de Paris - 2

o acordar não é propriamente cedo. na hora do almoço, encontro Thereza para comermos defronte à Commedie Française (pensando em Um Lugar Na Platéia). em seguida, caminhamos pela St Honoré para comer doces em templos do chocolate gastronômico (não à toa nem injustificadamente, o subtítulo que a confeitaria levava era “poesia e chocolate”).

depois da loja trendy, o sol incide na Place Vendôme de forma precisa e de arrombar a retina de quem vê.

mas fica ainda melhor no Jardin de Tuleries, de novo ele, coberto por neve e com lagos congelados (sobre o qual andamos). o sol fica laranja e o Jardim rosa (e o céu qualquer coisa entre os dois).

Paris é injusto, diz Thereza. um momento a se reter.

oriundos da poesia sem tempo, encontramos o trânsito da Concorde, sob os últimos raios do sol quase vermelho. vamos ao cinema, porque Two Lovers nos aguarda, afinal - e não nos decepciona nem um milímetro, nos surpreendendo e dando assunto para outras longas caminhadas.

só nós não entendêramos que hoje, sábado, Pina não se apresentava, o que nos fez encontrar o Theatre de Ville desoladamente vazio.

ao lado, o Café Sarah Bernhardt nos acolhe para o jantar.

Gabriela, que estava em Berlim e que agora está em Paris, como eu, junta-se a nós e desviamos do Marais para um futuro incerto de encontro com Natalia e outros, em St Germain. esse encontro não se concretiza lá, onde ficamos por um tempo em um grande sebo. mas nos leva caminhando de volta para ainda alem do Marais, onde chegamos após três horas do início da jornada pós-jantar - e inevitavelmente cansados.

a meta é uma balada chamada Alimentacion Generale, onde um clima meio Vila Madalena impera e franceses se remexem muito ao som de ritmos predominantemente latinos (incluindo um certo samba). ou isso é o que nos é dado ver no pouco tempo em que ficamos por lá, já que, aqui também, fecha-se frustrantemente cedo (em pleno sábado).

alguns quarteirões pelo entorno só faz o momento passar de vez e o cansaço de longuíssimas caminhadas ganhar corpo, literalmente. eu e Thereza despedimo-nos dos demais depois de um crepe e lutamos por um táxi (conseguindo-o não sem certa dificuldade) que nos leve de volta ao hotel.

Nenhum comentário: