28.10.11
diários da Mostra - dia 7: mestres em crise
FRANGO COM AMEIXAS
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Feito na medida para agradar ao espectador de gosto médio (e como agradou!), não vai além de sua proposta caprichada de design de produção, temperando com belas animações os cenários, figurinos e plano de câmera bastante estilizados (ou pretensamente). Não é nem o fato de se tratar de um sub Amélie Poulain o que mais incomoda, mas a tentativa constante e forçada de ser, como aquele, engraçadinho, espirituoso e/ou fofo, sem haver uma trama decente na qual se sustentar. Há somente um amontoado de digressões, com um narrador onisciente regularmente ilustrado por gags visuais óbvias e semi bobocas. Para aliviar, tem Mathieu Amalric, Maria de Medeiros, Isabella Rossellini, Chiara Mastroiani, todos em relação muito, como dizer, sensual com a câmera. Mas o gosto é de uma indigestão de glicose.
IRMÃS JAMAIS
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Quem entrou com a lembrança de Vincere, tomou a maior invertida de expectativa possível. E quem entrou só com a disposição de ver um filme, deparou-se com uma obra estranhamente auto-indulgente, que faz lembrar o Carmel de Amos Gitai, na Mostra de 2009: na vontade de fazer arte a partir de sua própria história, a aparente cegueira que se impõe ao diretor em relação aos aspectos formais da arte em questão impede que o projeto se concretize. Está longe de ser o caso de decretar a derrocada de Marco Bellocchio - estamos mais em um claro momento de tomada de liberdade, de uma espécie de permissividade da subjetivação. O que fica, no entanto, é uma espécie de colagem que definitivamente faz mais sentido e é mais caro ao coração de quem fez do que ao de quem assiste.
AS CANÇÕES
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Existe aqui um interessante impasse na obra de Eduardo Coutinho. São os procedimentos de Edifício Master - pessoas contando uma história de suas vidas; no caso, relacionadas a alguma canção - com a ambientação de Jogo de Cena. Mas as várias histórias não constituem parte de um todo maior, em termos de conceito, discurso e investigação (tanto humana quanto de linguagem). Tampouco existe uma inquietação em relação a forma e ao mecanismo (tanto humano quanto de linguagem), como aqueles disparados em Jogo de Cena e adensados com Moscou. Aqui, estamos em um lugar de muito conforto, para público e cineasta. É, sim, um bom filme, com seus momentos de plena beleza, mas com uma ideia que tangencia a redundância (dentro de si mesma e no contexto geral da filmografia do artista). E não somos nós que vamos jogar pedras na repetição ou no idioleto de Eduardo Coutinho como um mal por si. Mas sua excelência e sua constante busca como realizador talvez tenha nos acostumado a esperar mais do que As Canções apresenta.
OSLO, 31 DE AGOSTO
* * * 1/2
Agora, assim, minutos depois de vê-lo, permanece o desagrado com uma noção de fatalismo com a qual, muito pessoalmente, o signatário não tem se conectado. Ao mesmo tempo, o pensamento formal que rege o filme caminha em um percurso de admirável competência, comprimindo sua ação dramática com concisão e conferindo-lhe respeitável estatura, além de criar algumas excelentes e memoráveis cenas. Quase não é o caso, agora, de classificá-lo (com estrelas, ao menos), porque paira a sensação de que, tal qual uma massa com fermento, está fadado a crescer.
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Um comentário:
Oie,sou fan da série TUDO QUE È SOLIDO PODE DERRETER ! e queria sabe se vai haver SEGUNDA TEMPORADA ??
beijos
http://garotoonerd.blogspot.com
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